domingo, 15 de junho de 2014

A Câmara Clara: nota sobre fotografia história, semiologia e psicologia.

RESENHA: A Câmara Clara - Roland Barthes

No inicio de seu livro Barthes analisa, ou melhor, tenta demonstrar como ele compreende a fotografia, ou seja, como a fotografia se apresenta aos seus olhos, a meu ver ele demonstra isso de forma clara no quinto parágrafo da pagina 27.  “A foto-retrato é um campo cerrado de forças. Quatro imaginários aí se cruzam, aí se afrontam aí se deformam. Diante da objetiva, sou ao mesmo tempo: Aquele que eu me julgo, aquele que eu gostaria que me julgassem aquele que o fotografo me julga e aquele de que ele se serve para exibir sua arte. (...)”.
  Nesse parágrafo vê-se claramente o que é a fotografia para Barthes. O importante é aquilo que a fotografia lhe desperta em detrimento ao que ela demonstra, pois ainda que a analise de uma fotografia possa demonstrar fatos e costumes é o sentimento que ela desperta que faz com que o fato passado, torne o passado morto, vivo no presente.
  Em um primeiro momento pode-se considerar essa analise como uma tentativa de colocar Barthes como um defensor do punctum em detrimento ao studium, não o objetivo não é esse, mas apenas demonstrar que pela analise do punctum pode-se verificar pontos de vista inexistentes no studium.
  (Em defesa dessa afirmação cabe observar o parágrafo 09 da pagina 86 “Ora, diante dos milhares de fotos, inclusive daquelas que possuem um bom studium não sinto qualquer campo cego”...), e na mesma pagina parágrafo 19 vemos a afirmação.”No entanto, a partir do momento em que há punctum cria-se( adivinha-se) um campo cego(...)”.

  Conclui-se então que a intenção de Roland Barthes é demonstrar o que a fotografia desperta em seu ser, não uma lembrança do passado, mas o passado vivo no presente.

 MATOS, Adelcio Daitx de. Acadêmico de História ULBRA Campus- Torres RS,

Nenhum comentário:

Postar um comentário