RESENHA: A Câmara Clara - Roland Barthes
No inicio de seu livro Barthes analisa, ou melhor, tenta demonstrar como ele
compreende a fotografia, ou seja, como a fotografia se apresenta aos seus
olhos, a meu ver ele demonstra isso de forma clara no quinto parágrafo da
pagina 27. “A foto-retrato é um campo cerrado de forças. Quatro
imaginários aí se cruzam, aí se afrontam aí se deformam. Diante da objetiva,
sou ao mesmo tempo: Aquele que eu me julgo, aquele que eu gostaria que me
julgassem aquele que o fotografo me julga e aquele de que ele se serve para
exibir sua arte. (...)”.
Nesse parágrafo vê-se claramente o que é a fotografia para Barthes. O
importante é aquilo que a fotografia lhe desperta em detrimento ao que ela
demonstra, pois ainda que a analise de uma fotografia possa demonstrar fatos e
costumes é o sentimento que ela desperta que faz com que o fato passado, torne
o passado morto, vivo no presente.
Em um primeiro momento pode-se considerar essa analise como uma tentativa de
colocar Barthes como um defensor do punctum em detrimento ao studium, não o
objetivo não é esse, mas apenas demonstrar que pela analise do punctum pode-se
verificar pontos de vista inexistentes no studium.
(Em defesa dessa afirmação cabe observar o parágrafo 09 da pagina 86 “Ora,
diante dos milhares de fotos, inclusive daquelas que possuem um bom studium não
sinto qualquer campo cego”...), e na mesma pagina parágrafo 19 vemos a
afirmação.”No entanto, a partir do momento em que há punctum cria-se(
adivinha-se) um campo cego(...)”.
Conclui-se então que a intenção de Roland Barthes é demonstrar o que a
fotografia desperta em seu ser, não uma lembrança do passado, mas o passado
vivo no presente.
MATOS, Adelcio Daitx de. Acadêmico de História ULBRA Campus- Torres RS,
MATOS, Adelcio Daitx de. Acadêmico de História ULBRA Campus- Torres RS,
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